Homilia na Solenidade de Cristo Rei e encerramento do Ano Santo Jubilar da Misericórdia
Caros padres, meus irmãos e irmãs. Estamos celebrando o 34º domingo do tempo comum, último domingo do Ano Litúrgico, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. O que significa celebrar a realeza de Jesus Cristo? A antífona de entrada desta celebração eucarística traz para nossa reflexão a citação do Apocalípse: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele a glória e poder através dos séculos!”
A quem proclamamos como nosso Rei? Nosso Rei é o Cordeiro imolado na cruz pelo pecado do mundo. O reinado de Cristo somente pode ser compreendido a partir da lógica do próprio Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Eis a maneira como Jesus Cristo reina: servindo, dando vida e entregando a própria vida. Jesus é Rei porque se fez solidário conosco ao fazer-se um de nós, é Rei porque tomou nossos pecados sobre seus ombros, é Rei porque passou entre nós servindo até entregar-Se totalmente por nós na cruz.
Na solenidade de Cristo Rei do Universo celebramos o dia dedicado aos leigos e às leigas de nossa Igreja que são chamados, pelo batismo, a implantarem o Reinado de Deus no mundo por seu testemunho de vida, sendo fermento, sal e luz. A todos nosso reconhecimento e nossas orações pelo serviço que prestam à Igreja.
A liturgia da Palavra, na primeira leitura, retirada do segundo livro de Samuel, nos apresenta Davi ungido e reconhecido como rei por todas as tribos de Israel. Nesta breve leitura, podemos destacar dois aspectos do reinado que Deus pede a Davi: primeiro: ser rei é apascentar, guiar, cuidar e zelar. Segundo: o Senhor afirma que o povo é Seu, é de Deus, não de Davi.
Portanto, o rei não é dono nem senhor do povo, mas apenas um servo do Senhor que tem a missão de conduzir o povo pelo caminho da Aliança com o Senhor.
Na segunda leitura, São Paulo escrevendo aos colossenses resume em três pontos a obra salvadora de Deus em Cristo: 1. Deus nos fez participar gratuitamente da herança que havia preparado para seu povo santo; 2. Ele nos tirou do domínio das trevas e nos recebeu no Reino de seu Filho; 3. Ele nos concedeu o perdão pela cruz de Cristo.
O evangelho que acabamos de ouvir nos apresenta Jesus pregado na cruz, sendo causa de zombaria de muitos. São Lucas escreve que, acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos judeus”. Mistério que desafia a nossa fé.
Ele será um sinal de contradição, predissera Simeão quando Maria apresentou o Menino no Templo. Enquanto alguns caçoavam e desafiavam seu poder, um dos que estava crucificado com Ele O reconheceu como rei: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reinado”. E mereceu a consoladora resposta: “Em verdade eu te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”.
A vivência do Ano Jubilar da Misericórdia que hoje se encerra, marcado pela peregrinação e pela passagem pela Porta Santa, despontou em nossos corações sentimentos de louvor e de ação de graças a Deus por nos ter concedido este tempo favorável e rico em misericórdia. Passar pela Porta Santa significou entrar na intimidade de Jesus “Eu Sou a Porta” e descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que vai pessoalmente ao encontro de cada um e acolhe a todos. Atravessar a Porta Santa nos comprometeu a ficarmos parecidos com Jesus, misericordiosos como o Pai é misericordioso.
Ficar parecido com Jesus é colocar em prática as Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais e assim, como Ele, passar pela vida fazendo o bem.
Tendo feito a experiência de passar pela Porta Santa e de sermos banhados na Misericórdia Divina, sejamos alegres anunciadores da Misericórdia de Deus: “Ide, pois, aprender o que significa: Misericórdia eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” (Mt 9,13). Quem se julga justo dispensa a misericórdia e o perdão de Deus e julga-se melhor que os outros, como o fariseu.
Que a celebração do Ano Jubilar da Misericórdia ajude à nossa diocese e cada cristão a reconhecer-se pecador e necessitado da misericórdia divina, abrindo os corações à esperança de ser amado para sempre, apesar das nossas limitações e dos nossos pecados é o que pedimos ao Senhor. Confiemos à Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, nossos bons propósitos no encerramento do Ano Santo da Misericórdia “pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus”(MV 24). Amém
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Dom Manuel Parrado Carral
Homilia na Solenidade de Cristo Rei e encerramento do Ano Santo Jubilar da Misericórdia
Catedral de São Miguel Arcanjo – 20/11/2016
Caros padres, meus irmãos e irmãs. Estamos celebrando o 34º domingo do tempo comum, último domingo do Ano Litúrgico, Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo. O que significa celebrar a realeza de Jesus Cristo? A antífona de entrada desta celebração eucarística traz para nossa reflexão a citação do Apocalípse: “O Cordeiro que foi imolado é digno de receber o poder, a divindade, a sabedoria, a força e a honra. A Ele a glória e poder através dos séculos!”
A quem proclamamos como nosso Rei? Nosso Rei é o Cordeiro imolado na cruz pelo pecado do mundo. O reinado de Cristo somente pode ser compreendido a partir da lógica do próprio Cristo: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10,45). Eis a maneira como Jesus Cristo reina: servindo, dando vida e entregando a própria vida. Jesus é Rei porque se fez solidário conosco ao fazer-se um de nós, é Rei porque tomou nossos pecados sobre seus ombros, é Rei porque passou entre nós servindo até entregar-Se totalmente por nós na cruz.
Na solenidade de Cristo Rei do Universo celebramos o dia dedicado aos leigos e às leigas de nossa Igreja que são chamados, pelo batismo, a implantarem o Reinado de Deus no mundo por seu testemunho de vida, sendo fermento, sal e luz. A todos nosso reconhecimento e nossas orações pelo serviço que prestam à Igreja.
A liturgia da Palavra, na primeira leitura, retirada do segundo livro de Samuel, nos apresenta Davi ungido e reconhecido como rei por todas as tribos de Israel. Nesta breve leitura, podemos destacar dois aspectos do reinado que Deus pede a Davi: primeiro: ser rei é apascentar, guiar, cuidar e zelar. Segundo: o Senhor afirma que o povo é Seu, é de Deus, não de Davi.
Portanto, o rei não é dono nem senhor do povo, mas apenas um servo do Senhor que tem a missão de conduzir o povo pelo caminho da Aliança com o Senhor.
Na segunda leitura, São Paulo escrevendo aos colossenses resume em três pontos a obra salvadora de Deus em Cristo: 1. Deus nos fez participar gratuitamente da herança que havia preparado para seu povo santo; 2. Ele nos tirou do domínio das trevas e nos recebeu no Reino de seu Filho; 3. Ele nos concedeu o perdão pela cruz de Cristo.
O evangelho que acabamos de ouvir nos apresenta Jesus pregado na cruz, sendo causa de zombaria de muitos. São Lucas escreve que, acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos judeus”. Mistério que desafia a nossa fé.
Ele será um sinal de contradição, predissera Simeão quando Maria apresentou o Menino no Templo. Enquanto alguns caçoavam e desafiavam seu poder, um dos que estava crucificado com Ele O reconheceu como rei: “Jesus, lembra-te de mim quando entrares no teu reinado”. E mereceu a consoladora resposta: “Em verdade eu te digo, ainda hoje estarás comigo no paraíso”.
A vivência do Ano Jubilar da Misericórdia que hoje se encerra, marcado pela peregrinação e pela passagem pela Porta Santa, despontou em nossos corações sentimentos de louvor e de ação de graças a Deus por nos ter concedido este tempo favorável e rico em misericórdia. Passar pela Porta Santa significou entrar na intimidade de Jesus “Eu Sou a Porta” e descobrir a profundidade da misericórdia do Pai que vai pessoalmente ao encontro de cada um e acolhe a todos. Atravessar a Porta Santa nos comprometeu a ficarmos parecidos com Jesus, misericordiosos como o Pai é misericordioso.
Ficar parecido com Jesus é colocar em prática as Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais e assim, como Ele, passar pela vida fazendo o bem.
Tendo feito a experiência de passar pela Porta Santa e de sermos banhados na Misericórdia Divina, sejamos alegres anunciadores da Misericórdia de Deus: “Ide, pois, aprender o que significa: Misericórdia eu quero, não sacrifícios. De fato, não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” (Mt 9,13). Quem se julga justo dispensa a misericórdia e o perdão de Deus e julga-se melhor que os outros, como o fariseu.
Que a celebração do Ano Jubilar da Misericórdia ajude à nossa diocese e cada cristão a reconhecer-se pecador e necessitado da misericórdia divina, abrindo os corações à esperança de ser amado para sempre, apesar das nossas limitações e dos nossos pecados é o que pedimos ao Senhor. Confiemos à Virgem Maria, Mãe da Misericórdia, nossos bons propósitos no encerramento do Ano Santo da Misericórdia “pedindo-lhe que nunca se canse de volver para nós os seus olhos misericordiosos e nos faça dignos de contemplar o rosto da misericórdia, seu Filho Jesus”(MV 24). Amém
Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.
Dom Manuel Parrado Carral